Histórico até 1900
RESUMO HISTÓRICO DO PODER EXECUTIVO NO MUNICÍPIO DE CRISTINA
Pesquisadora: Elizana de Castro Fernandes
INTRODUÇÃO
O MUNICÍPIO
O município como ente federado é uma estrutura peculiar do sistema federativo Brasileiro. Todavia, sua origem antecede ao Período Republicano, quando o pacto federativo fora definitivamente firmado no Brasil.
A origem do município no Brasil nos remete ao período da Colônia, quando os portugueses, logo ao aqui se estabelecerem, trouxeram as instituições municipais de acordo com o direito lusitano. Todavia, a independência dos municípios nesse período fora restringida pela centralização do poder nas mãos das Capitanias. Mesmo assim, com o apoio da igreja e das pressões sociais, foram atribuídos aos municípios o poder de criar arraiais, convocar as "juntas do povo" para que fossem decididos diversos assuntos de interesse da Capitania, dirigidos pelos trabalhos das Câmaras Municipais.
No período do Império, as câmaras municipais passam a ser lembradas pela Constituição de 1824. Fora reservado no texto constitucional capítulo autônomo a essas instituições que constavam do Capítulo II – Das Câmaras, Título VII, artigos 167 a 169. Já existindo cidades e vilas, foi a cada uma dessas instituições atribuída a criação de uma câmara municipal, a quem foi reconhecida a competência de governo econômico e municipal desses espaços políticos. Durante o Império inclusive, o que passou a diferenciar as cidades das vilas era a composição de suas câmaras municipais, pois as câmaras das cidades eram compostas de nove membros, e a das vilas, de sete membros.
O fortalecimento do Município ganha espaço apenas a partir da Proclamação da República, quando a Constituição de 1891 consagra a autonomia desses entes, respeitando-se e garantindo-se o pacto federativo recém criado no País.
A Primeira República, entretanto, demora a acostumar-se com a idéia de autonomia municipal, subjugando o papel dos municípios na história federativa. Apenas quando a Revisão Constitucional de 1926 dá à autonomia municipal a característica de Princípio Geral é que essa atribuição passa a ser respeitada.
Assim, em 1934 a separação federativa ganha a conotação até hoje existente no Brasil, quando passa a tratar separadamente as competências constitucionais entre Estado Federal, Estados Federados e Municípios. As bases da organização municipal foram consolidadas a partir da eleição de prefeitos e vereadores de maneira independente do poder estadual ou federal. Consolida-se a idéia do desenvolvimento dos Municípios Brasileiros a partir de suas atribuições constitucionais e do resguardo de sua autonomia frente aos demais entes da federação.
Essa autonomia seguiu assegurada pelas Constituição Brasileiras de 1946, 1967, pela Revisão Constitucional de 1969 e, finalmente, pela Constituição agora em vigor, mediante seu artigo 18.
O PODER EXECUTIVO MUNICIPAL NO IMPÉRIO
Em Cristina a verdadeira consolidação da urbe ocorreu na primeira metade do século XIX. O povoado se estruturou fisicamente com a expansão de seu perímetro, sua elevação à categoria de Paróquia ou Freguesia, a ampliação de sua igreja, a demarcação das primeiras ruas e caminhos, etc.
No povoado, o número de casas cresceu e, no interior, as fazendas se fortaleceram com a expansão das fronteiras agrícolas, o aumento do rebanho e o sucesso das plantações de fumo.
Cristina já se tornara na época, importante localidade da Província, o que se fez sentir em 1852, quando foi elevada à categoria de Vila, tornando-se a sede do município.
Por uma Lei Provincial de 1852, cria-se o município, conforme se lê abaixo:
"" Carta de Lei, que eleva á cathegoria de villa a Freguezía da Chistina, marca as respectivas divisas e contem outras disposições. O Doutor Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, offícial da ordem da Rosa, vice-Prensidente da Província de Minas Gerais: Faça saber todos aos seos habitantes que a Assembléa Legislativa provincial Decretou e eu Sanccionei a Lei seguinte:
Art. 1º.- Fica elevada á cathegoria de Villa a Freguezia da Christina, compreendendo o novo Município as Freguezias de Campos de Maria da Fé, Santa Catarina (Natércia), Vírgínia, Dom Viçoso, São Sebastião da Pedra Branca (Pedralva), Silvestre Ferraz (Carmo de Minas) e Olímpio Noronha.
Art. 2º.- Os habitantes daquelle novo município obrigados a promptificar casa de Câmara e cadêa com as necessárias accommodações.
Art. 3º.- Logo que houver casa para as sessões da câmara do jury, será instalada a nova villa.
Art. 4º.- Ficarão revogadas as disposições em contrário.
Mando por tanto, a toda as autoridades à quem o conhecimento, e execução da referida Lei pertencer, que cumprão e fação cumprir tão inteiramente como nela se contêm. O Secretário desta Província a faça imprimir publicar e correr.
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz."
Entretanto, mesmo depois de criado através de ato legislativo, o município não adquiria existência real enquanto não fosse devidamente instalado, cumprindo, para tanto, as formalidades legais.
Além do caso de Cristina, em diversas outras localidades, ocorreu um espaço de tempo considerável entre a criação e a instalação do município. Uma série de razões levaram a essas demoras, são elas: fatores de ordem social e política em relação aos desmembramentos e à, anexações territoriais; providências em relação às dependências, indispensáveis ao funcionamento dos diversos órgãos públicos de um município; a escolha de constuições de autoridades e até mesmo efeitos de natureza político-partidária fizeram retardar a instalação de alguns municípios mineiros.
Ultimaram-se então os preparativos para a instalação do Município de Christina com a escolha dos locais onde funcionariam os poderes públicos, assim como à cadeia e as demais instituições necessárias à sede do município.
Segundo o historiador autodidata Luiz Barcellos de Toledo, em suas anotações sobre "O Sertão da Pedra Branca, no dia 1º de janeiro de 1852, foi eleita a primeira Câmara Municipal de Cristina composta de seis vereadores e um presidente".
Esses edis, pessoas conceituadas no lugar, eram os seguintes:
Comendador João Carneiro Santiago – com 213 votos,
Capitão João Batista Pinto – 201 votos,
Alferes José Felipe dos Santos – 200 votos,
Antonio Dias Ferraz – 200 votos,
Joaquim Machado de Abreu – 160 votos (este pelo Carmo),
Cel. Antonio Francisco da Luz – 149 votos,
Antonio José Pereira da Fonseca – 129 votos.
Como secretário da Câmara, foi nomeado foi Gabriel Epaminondas Warvik.
Foi esta a primeira Câmara de Cristina cujo Agente Executivo era o Presidente da Câmara.
Ainda segundo o mesmo pesquisador a "segunda Câmara de Christina foi eleita no dia 7 de setembro de 1852, para servir de 1º de janeiro de 1853 até 31 de dezembro de 1856, sendo eleitos os seguintes senhores:
Capitão João Batista Pinto – 200 votos
Ajudante Joaquim Carneiro Santiago – 195 votos
Padre Caetano Antônio Ribeiro – 195 votos
Capitão Joaquim Machado de Abreu – 183 votos
Capitão Francisco Antônio da Luz – 177 votos
Alferes Joaquim Corrêa de Carvalho – 171 votos
Francisco Antônio da Costa – 163 votos (este pela freguesia de São Sebastião."
O PODER EXECUTIVO MUNICIPAL NA REPÚBLICA
O governo republicano provisório de Marechal Deodoro transformou as províncias em Estados com maior autonomia econômica e administrativa. Uma nova constituição foi promulgada em 1891 concedendo aos estados direitos de elegerem diretamente os seus próprios poderes executivo e legislativo.
Surgiu nos municípios o período da intendência que corresponde à fase inicial dos trabalhos republicanos que se estabeleceu por dois anos para que todas as modificações pudessem ser realizadas. Era uma espécie de governo provisório, durante o qual as municipalidades teriam que criar e aprovar as suas próprias "constituições", que eram denominadas de "Estatutos dos Municípios".
A intendência consistia numa comissão provisória de administração formada por três membros e encarregada de coordenar e implantar todas as modificações necessárias.
Funcionou com todas as atribuições, só que transitórias, de uma Câmara Municipal. Durante esta fase foi, efetivamente, o órgão equivalente da Câmara, compreendendo funções executiva e legislativa.
Na Câmara Republicana diante da configuração dada pela Constituição da Republica e do Estado de Minas, determinou às funções do Presidente da Câmara e do Agente Executivo, ambas exercidas pela mesma pessoa, e a criação dos Conselhos distritais.
CURIOSIDADES
Em 1830 foi criado o distrito de paz, sendo seu primeiro juiz de paz o Capitão Bento Ribeiro da Silva, dando a sua primeira audiência no dia 15 de maio de 1830. Pela lei provincial nº 209 de 7 de abril de 1841 foi criado o distrito, com sede no povoado. Até 03 de maio de 1849 pertenceu ao município e comarca de Baependi. Mais tarde, desde 6 de julho de 1849 até dezembro de 1851 ao município de Boa Vista de Itajubá. Constituiu-se em município autônomo com a denominação de Vila Christina no dia 1º de janeiro de 1852. A 20 de janeiro deste mesmo ano foi, pelo Presidente da Câmara de Baepedi, Cel. Olímpio Carneiro Viriato Catão, dando posse a vila Cristina, que perdeu, nessa época, o seu primitivo nome Espírito Santo dos Cumquibus.
Pela Lei Provincial nº 1885, de 15 de julho de 1872 Cristina teve foros de cidade. Em 1884 e 1901 respectivamente foram criados os municípios de Pedra Branca, hoje Pedralva e Carmo de Minas, com territórios desmembrados do município de Cristina. Em 8 de julho de 1876, após Cristina ter passado a cidade, tornou-se sede de circunscrição judiciária. Pela Lei provincial nº 2462, de 19 de outubro de 1878 perdeu o termo de Pouso Alto e pela lei estadual nº 11 de 03 de novembro de 1891, foi suprimido o termo de Cristina, para novamente ser criada a Comarca pela lei estadual nº 663 de 18 de setembro de 1915, verificando-se a reinstalação a 1º de dezembro de 1917. A 7 de setembro de 1962 Olímpio Noronha que era distrito de Cristina, passou a ser município autônomo.
No período imperial, as cidades eram governadas pelos Presidentes das Câmaras de Vereadores, não existindo, portanto, distinção entre o poder executivo e o legislativo. O mandato do presidente, assim como o de toda a Câmara, era de três anos e, habitualmente, tinha inicio no dia 07 de janeiro e findava em 31 de dezembro
Na República o poder era a princípio exercido pelos Agentes do Executivo, mais tarde denominados Prefeitos.
OS GOVERNANTES DE CRISTINA
Presidentes da Câmara – Província
João Carneiro Santiago 1851 / 1852
João Batista Pinto 1852 / 1853
Joaquim Carneiro Santiago 1857
José Felipe dos Santos 1857
Joaquim Carneiro Santiago 1859
Fernando Oliveira Alzamora 1861
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1861
Fernando Oliveira Alzamora 1862
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1862
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1864
Antônio Dias Ferraz 1864
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1865
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1867 / 1869
Manoel Carneiro Neto (interino) 1870
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1873 / 1877
Dr. Alfredo Carneiro Ribeiro da Luz 1877 / 1881
Antônio Vieira da Silva 1881/1885
Antônio Vieira da Silva 1889
Agentes do Executivo – Estado
Francisco Isidoro Silvério 1890
Antônio Vieira da Silva 1890
João Batista da Fonseca 1890 / 1891
Luis d'Oliveira 1892
Joaquim Machado de Andrade 1893
Francisco José Ribeiro Sobrinho 1906
Godofredo Pinto da Fonseca 1908 / 1914 / 1922
Coronel Albertino Dias Ferraz 1922/1927
Pedro Carneiro de Rezende 1927 / 1930
Antônio Cândido de Toledo 1930 / 1935
João Bueno Mendonça de Azevedo 1935
Dr. José Rezende Ferraz 1937 / 1944 / 1945 / 1946
Prefeitos – Estado
Dr. José Rezende Ferraz 1937 / 1944 / 1945 / 1946
Dr. Gastão de Azevedo (tampão) 1946
Mário Carneiro Paraguai (tampão) 1946
Dr. Gastão de Azevedo (2 meses) 1946
João Bueno Mendonça de Azevedo 1946 -1947
João Teixeira Pinto 25/12/1947 /1950
Dr. Ibrahim Pinto da Fonseca 1951 / 1954
Cornélio Alves Ribeiro 1954 / 1959
João José de Souza 1959 / 1963
Dr. Gabriel Ribeiro Ferraz 01/02/1963 / 30/05/1963
Pedro Paulo de Rezende (Vice que assumiu) 1963 / 1967
Cornélio Alves Ribeiro 1967 / 1971
Benedito Teixeira de Carvalho 1971 / 1973
Walter Rodrigues 1973 /1977
Miguel Aley 1977 / 1982
Walter Rodrigues 1982 /1988
José Clênio Pereira 1989 / 1992
José Carlos Filho 1992 / 1996
João Dionísio Chaves 1997 / 2000
João Dionísio Chaves 2001 / 2004
Luís Dárcio Pereira 2005 / 2008
Luís Dárcio Pereira 2009 / 2012
REALIZAÇÕES E DADOS BIOGRÁFICOS DE ALGUNS GOVERNANTES DE CRISTINA
Presidentes da Câmara – Província
João Carneiro Santiago 1851 / 1852
Segundo o historiador autodidata Luiz Barcellos de Toledo, em suas anotações sobre "O Sertão da Pedra Branca", no dia 1º de janeiro de 1852, foi eleita a primeira Câmara Municipal de Cristina composta de seis vereadores e um presidente. A reunião para eleição dessa Câmara foi presidida pelo Juiz de Paz da Paróquia, Capitão João Carneiro Santiago, foi realizada na Igreja Matriz, no dia 7 de setembro de 1848. Foram eleitos 7 vereadores para servirem no quatriênio de 1849/1852, estes para a Câmara de Baependi, de cujo município a Freguesia do Espírito Santo fazia parte. Em 1849 a Freguesia de Cristina passou a pertencer ao município de Itajubá (6/7/1849 a 31/12/1852) e o Comendador João Carneiro Santiago foi eleito para a Câmara de Itajubá, como representante de Cristina, tendo sido o primeiro presidente da mesma. No dia 1º de janeiro de 1852 procedeu-se a eleição para a primeira Câmara de Cristina, e no dia 20 do mesmo mês e ano teve lugar a sua posse. Os vereadores eleitos na referida eleição foram votados para servirem no último ano do quatriênio, isto é, de 21 de janeiro de 1852 a 31 de dezembro de 1852.
Esses edis, pessoas conceituadas no lugar, eram os seguintes:
Comendador João Carneiro Santiago – com 213 votos,
Capitão João Batista Pinto – 201 votos,
Alferes José Felipe dos Santos – 200 votos,
Antonio Dias Ferraz – 200 votos,
Joaquim Machado de Abreu – 160 votos (este pelo Carmo),
Cel. Antonio Francisco da Luz – 149 votos,
Antonio José Pereira da Fonseca – 129 votos.
Como secretário da Câmara, foi nomeado foi Gabriel Epaminondas Warvik
Foi esta a primeira Câmara de Cristina cujo Agente Executivo era o Presidente da Câmara.
Obras e realizações de sua gestão:
- Início da construção do prédio da antiga Câmara e Cadeia em Cristina, por proposta do vereador José Felippe dos Santos (Livro de atas nº1 página 5)
- Abertura de estradas que conduzissem a Maria da Fé e Carmo de Minas ( Ata de 8/03/1852 e 13/03/1852 – Livro nº 1 páginas 11 e 21)
- Concedeu Licença para o funcionamento de casas de comércio – ata de 23/01/1852 – Livro – página 29
- Regulamentou o funcionamento das casas de jogos (ata de 13/04/1852 – Livro 1 – pagina 22)
João Batista Pinto 1852 / 1853
Ainda segundo o mesmo pesquisador a "segunda Câmara de Christina foi eleita no dia 7 de setembro de 1852, para servir de 1º de janeiro de 1853 até 31 de dezembro de 1856, sendo eleitos os seguintes senhores":
Capitão João Batista Pinto – 200 votos
Ajudante Joaquim Carneiro Santiago – 195 votos
Padre Antônio Caetano Ribeiro – 195 votos
Capitão Joaquim Machado de Abreu – 183 votos
Capitão Francisco Antônio da Luz – 177 votos
Alferes Joaquim Corrêa de Carvalho – 171 votos
Francisco Antônio da Costa – 163 votos (este pela freguesia de São Sebastião).
Obras e realizações de sua gestão
- Os membros da Câmara passaram a exercer suas funções divididos em comissões, responsáveis cada um por um setor da administração pública. As comissões responsáveis eram as seguintes, conforme ata de 8 de maio de 1853:
Salubridade e asseio das povoações – Joaquim Carneiro Santiago
Orçamento e exame de contas – – Joaquim Carneiro Santiago
Petição e infração de posturas – Joaquim Corrêa de Carvalho
Indústria e agricultura – Capitão Francisco Antônio da Luz
Redação, Propostas a fiscais cristinenses – Antônio Caetano Ribeiro
Polícia Interina – O presidente João Barista Pinto
(Livro 1, atas da Câmara Municipal de Cristina – página 42, verso)
- Calçamento da rua do Patrocínio (atual João Pessoa) e da rua São Sebastião (atual Governador Valadares) em 1853
- Continuidade às obras da Câmara e Cadeia
- Construção de ponte sobre o Rio Lambari (ata de 21 de dezembro de 1853).
- Constituição de uma agência de correios em 1853 e que funcionou a partir de 31/01/1854 (Livro de atas nº1 – página 88)
Joaquim Carneiro Santiago 1857
Em 1857 a Câmara Municipal de Cristina era composta pelos seguintes vereadores:
Ajudante Joaquim Carneiro Santiago (Presidente)
Tenente José Felippe dos Santos
Padre Antônio Caetano Ribeiro
Tenente José Baptista de Carvalho
Tenente Antônio Gomes Correia
Capitão Francisco Ribeiro da Luz
Obras e realizações de sua gestão
- Melhoramento das ruas (Ata de 10/01/1857 páginas 132 /133)
- Compra de mobiliário para a Câmara Municipal (ata de 10/01/1857 – página 130)
- Execução da obra do mercado (Ata de 12/01/1857 – página 133)
- Criação de Escola Normal e de Agricultura em Cristina (Ata 21/12/1857 – página 67)
- Criação de Escola privada para o sexo feminino (Ata de 21/12/1857 – página 67)
José Felipe dos Santos 1857
Joaquim Carneiro Santiago 1859
Fernando Oliveira Alzamora 1861
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1861/1869 1872/1877
Nascido no Espírito Santo dos Cumquibus (Cristina) em 25 de dezembro de 1824, filho do casal pioneiros da região, Bento Ribeiro e Felicidade Perpétua da Luz (esta sobrinha do Padre José Dutra da Luz). Formou-se em direito pela Faculdade de São Francisco em São Paulo no ano 1848, sendo em seguida nomeado Juiz Municipal e de Órfãos da então freguesia da Boa Vista de Itajubá. Foi um dos próceres do Partido conservador, teve carreira política rápida e destacada, preclaro magistrado e deputado em várias legislaturas. Ocupou as pastas da Fazenda e da Justiça, da Guerra e da Marinha. Elevou-se ao alto numus de Presidente do Estado de Minas Gerais, então Província. Foi casado com Ana Umbelina de Noronha Carneiro Santiago, (irmã do governador de Minas Gerais, capitão Dom Antônio Monteiro de Noronha), com quem teve quatro filhos. Conselheiro do Império e amigo do Imperador D. Pedro II, foi ele quem pediu ao Imperador, em homenagem à Imperatriz Tereza Cristina de Bourbon Orleans e Bragança, mudar o nome de nossa cidade.
Proprietário de um dos imensos casarões situado na principal rua de sua terra natal, em 1868 hospedou em Cristina a Princesa Isabel e sue marido o Conde D'Eu, que estavam de viagem para Caxambu e que aqui pernoitaram, sendo homenageados por ele e pela Câmara de Vereadores.
Era também proprietário da Fazenda Amarela (bairro da Colônia) cuja casa sede é ainda original. Com a queda da monarquia em 1889, retirou-se da vida pública, permanecendo definitivamente em Cristina, na época já município, até seu falecimento em 2 de junho de 1903. Está sepultado no singelo túmulo, logo à entrada da necrópole em sua cidade.
Obras e realizações de sua gestão:
- Criador do projeto de mudança do nome da cidade de Espírito Santo dos Cumquibus para Cristina.
- Segundo consta foi ele o doador do relógio que até os dias de hoje, está instalado no alto de uma das torres da Igreja Matriz de Cristina.
- Término das obras do Chafariz e trabalhos para conservação do mesmo (1869/1872)
- Término das obras da casa da Câmara e cadeia de Cristina
- Melhoramentos na ponte do Ribeirão do Bode e construção de outras pontes em diversos ribeirões
- Calçamento da rua das Dores em 1865 (atual silvestre Ferraz)
- Calçamento da rua São Sebastião em 1869 (atual Governador Valadares)
- Calçamento da Rua do Patrocínio em 1868 (atual João Pessoa)
- Calçamento da rua do Bispo 1871 (atual Cel. Batista Pinto)
- Factura do cemitério desta vila (arborização, construção capela, asseio e limpeza) em 1868 executando a lei nº 1.157 de 26/06/1862 em 1872
- Construção do matadouro de Cristina em 1871
- Adoção do sistema universal de pesos e medidas pelo sistema métrico francês, executando a lei nº 1.157 de 26/06/1862 em 1872
- Organização dos festejos de recepção à Princesa Isabel e seu esposo Conde D'Eu que passa ram por Cristina em 1868
- Divulgação da Lei do Ventre Livre, publicando editais sobre a mesma (1872).
Fernando Oliveira Alzamora 1862
Foi vice presidente da Câmara em 1864.
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1864
Os vereadores de 1864 eram até agosto de 1864
Comendador Fernando Olivier e Alzamora
Capitão João Batista Pinto
Antônio Dias Ferraz
Joaquim Carneiro Santiago
Thomaz Joaquim d'Arantes
Antônio Dias Ferraz 1864
Sob direção de Antônio Dias Ferraz os vereadores eram:
Capitão João Batista Pinto
Beraldo José de Souza
Francisco José Rodrigues
Domingos José de Souza
Em setembro Joaquim Delfino Ribeiro da Luz volta à Câmara com os seguintes vereadores:
Capitão João Batista Pinto
Beraldo José de Souza
Francisco de Paula Monteiro de Noronha
Domingos José de Souza
Francisco José Rodrigues
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1865/1866
Em 1865 e 1866 os vereadores sob sua orientação eram os seguintes:
Capitão João Batista Pinto
Dr. Balbino Cândido da Cunha
Ajudante Joaquim Carneiro Santiago
Joaquim Ribeiro Paiva e Luz
José Antunes Pinto
Joaquim Pereira Pinto (suplente)
Domingos de Oliveira Pinto (1866)
Francisco de Paula Monteiro de Noronha (1866)
Beraldo José de Souza (1866)
Joaquim José Branco
Major Antônio Ribeiro da Luz
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1867 / 1869
Os vereadores eleitos entre 1897/ 1869 foram:
Capitão João Batista Pinto*
Capitão Manoel Carlos Netto
Antônio Florêncio Nogueira
Antônio Vieira da Silva
José Ribeiro de Paiva Luz
Dr. Balbino Cândido da Cunha
Joaquim Carneiro Santiago*
Antônio Ribeiro da Luz *
Domingos de Oliveira Pinto*
Francisco de Paula Monteiro de Noronha
Beraldo José de Souza
José Antunes Pinto
Francisco Joaquim Pereira Pinto
Capitão Manoel Carneiro Neto
Dr. João Capistrano Ribeiro d'Alkimim
* Os vereadores assinalados com * assinaram a ata de visita da Princesa Isabel à Cristina em 1º de dezembro de 1868.
Manoel Carneiro Neto (interino) 1870
Manoel Carneiro Neto foi presidente da Câmara de maio a outubro de 1870, quando voltou a presidência Joaquim Delfino Ribeiro da Luz.
Os vereadores sob sua direção eram:
Antônio Ribeiro da Luz
Dr. Balbino Cândido da Cunha
Francisco de Paula Monteiro de Noronha
Capitão João Batista Pinto
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1871 / 1873
Antônio Vieira da Silva
Francisco de Paula Monteiro de Noronha
Capitão Manoel Carneiro Neto
Dr. João Capistrano Ribeiro d'Alkimim
Nicolau Willemens
Ajudante Joaquim Carneiro Santiago
Capitão João Batista Pinto
Carvalho Porto
Manoel Carneiro Neto
Joaquim Ribeiro Paiva e Luz
Em junho de 1872 a presidência foi passada para o vereador Manoel Carneiro Neto.Em agosto de 1872 para o vereador Joaquim Ribeiro de Paiva e de outubro em diante novamente ao primeiro, voltando novamente a Joaquim Delfino Ribeiro da Luz até 1877.
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1873/1877
Os vereadores eleitos para esse período foram:
Gaspar José de Paiva
Capitão João Batista Pinto
Manoel Carneiro Neto
Antônio Carneiro Santiago
José Ribeiro de Paiva e Luz
Francisco de Paula Monteiro de Noronha
Antônio Vieira da Silva
Dr. Alfredo Carneiro Ribeiro da Luz – 1877/1881
Os vereadores eleitos para esse período foram:
Antônio Vieira da Silva
Antônio Goulart Brum
Joaquim Carneiro de Paiva
Francisco Athanázio de São Miguel
João Batista da Fonseca Júnior
Dr. Silvestre Dias Ferraz Júnior
Antônio Martins de Menezes
Luiz Domiciano de Noronha Luz
Antônio Vieira da Silva – 1881/1885
Os vereadores eleitos para esse período foram:
José Gonçalves da Costa
Luiz Domiciano de Noronha Luz
Capitão Antônio Florêncio Nogueira
Alferes Joaquim José Ribeiro de Carvalho
Dr. Silvestre Dias Ferraz Júnior
José Antunes Pinto
Antônio Goulart Brum
Antônio Martins de Menezes
Antônio Vieira da Silva 1889
Agentes do Executivo – Estado
Francisco Isidoro Silvério 1890
Antônio Vieira da Silva 1890
João Batista da Fonseca 1890 / 1891
Construção e inauguração da via Férrea Sapucay
A estrada de Ferro em Cristina
A primeira estrada de ferro de Minas Gerais chamava-se Minas Rio. A segunda, Estrada de Ferro Sapucaí. Houve uma terceira que tinha o nome de Companhia Mozambinho de Estrada de Ferro que fazia o trajeto da estação de Freitas até a cidade de Campanha. Mais tarde, estas três estradas de ferro formaram a Rede Mineira de Viação Sul (RMVS), que posteriormente passou a ser denominada Viação Férrea Centro Oeste (VFCO) e depois até a sua desativação Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
Em 1883, o cristinense e grande estadista Dr. Silvestre Dias Ferraz Júnior era representante do Sul de Minas na Assembléia da Província. Nesta ocasião, falava-se na construção de uma estrada de ferro que partiria de Soledade de Minas, passaria atrás da Serra de Cristina, indo à Pedra Branca (atual Pedralva). Dr. Silvestre lutou para que a estrada fizesse outro rumo, isto é, passar por Silvestre Ferraz (atual Carmo de Minas), Cristina e Itajubá. Seu projeto foi posto em discussão e aprovado.
A 25 de outubro de 1887, ele entregou à Câmara de Itajubá a pena de ouro com a qual foi assinada a lei concedendo privilégios e favores a dita via férrea, estrada de Ferro Sapucaí.
"A sociedade anônima, Estrada de Ferro Sapucaí tinha por fim a construção, uso e gozo da ferrovia que, partindo do ponto mais conveniente da ferrovia "Minas Rio" e terminasse nos limites da Província de Minas Gerais com a de São Paulo, no município de Ouro Fino, nos termos assinados pelos engenheiros Carlos Euler Júnior e Raimundo de Castro Maia com o governador de Minas, em 12 de outubro de 1887 e de conformidade com as leis nºs 3.384 e 3.3419, de 15 de julho de 1887". (Texto extraído do livro de atas sobre a ferrovia – Sessão realizada no dia 15 de março de 1888, sob a presidência do Senador Antônio Cândido da Cruz Machado).
As obras da Estrada de Fero Sapucaí começaram no dia 23 de fevereiro de 1889. Em 1890 foi inaugurado o primeiro trecho, entre Soledade e Carmo de Minas. Em 1º de agosto do mesmo ano foi inaugurada a Estação do Ribeiro e em 15 de março de 1891 foi inaugurada a estação de Cristina.
A Ferrovia foi de vital importância para o crescimento da economia de Cristina e das cidades por onde passava, pois melhorou o meio de transporte – precário na época – facilitando o escoamento da produção agropecuária da região.
E assim, graças ao Dr. Silvestre Dias Ferraz Júnior tivemos nossa estrada de ferro, que teve dias de glória.
Em Cristina, no ano de 1972, a estrada de ferro teve seus trilhos e dormentes arrancados e seu leito pertencente a RFFSA, ocupado por posseiros e vizinhos do leito ferroviário.
OBSERVAÇÃO: Texto tirado do Jornal do Comércio de 17 de março de 1891 – "Inaugurou-se ante-ontem, a Estrada de Ferro Sapucay, de Soledade a Christina. O ponto mais alto é a Garganta dos Pinheirinhos, a 1.080m de altitude. Esteve presente à inauguração o engenheiro fiscal do governo Dr. Lucas Magalhães, que percorreu toda a linha, examinando-a devidamente".
Luis d'Oliveira 1892
Joaquim Machado de Andrade 1893